quarta-feira, 4 de março de 2009

1987

Voltando de onde tinha parado em 1987, eu e Diego assumimos a direção da Lehakat Hakotzrim.
Na verdade Tania tinha ficado mais na Coordenação de Danças e nós passamos a coreografar a Lehakat.
Neste ano creio eu fizemos o show das Lehakot Naamá, Shalom, Hakotzrim e Carmel no Teatro Sergio Cardoso, o que naquela época para nos como dançarinos foi um grande acontecimento em nossas vidas, pois afinal era um dos maiores e melhores teatros de São Paulo e do Brasil.
É claro que não preciso dizer o quanto todos estavam agitados e é claro imaginem quase 200 dançarinos transitando de cima para baixo do teatro, enfim uma cena daquele episódio ficou para sempre marcada na minha memória e tenho certeza que muitos daqueles que estavam lá devem se recordar, que foi quando o administrador do teatro reuniu todos os dançarinos no palco para dar uma bela bronca e dizendo nos que o teatro era como um templo sagrado e que o palco deveria ter nosso respeito e amor e não um bando de pessoas portando-se da maneira que estavam se comportando naquele lugar. É claro que imaginem que para que o administrador tenha chegado ao ponto de fazer o que fez é que a bagunça era tremenda, mas a mensagem foi muito marcante e sempre quando estou com lehakot em teatros tento usar um pouco destas palavras para sensibilizar e conscientizar os dançarinos.
Neste ano criamos para o Hakotzrim uma coreografia chamada "Lichvod Hachaim", uma dança que tinha 4 partes em que passavamos pelo nascimento, infancia, adolescencia e fase adulta.
Na época ainda estavamos começando e achavamos que inovar era preciso, mas olhando hoje é claro que ao lembrar desta coreografia vejo que poderiamos ter escolhido outro tema ou outra música, pois a contagem em algumas partes era totalmente irregular. Tanto é que após termos estreado esta coreografia, numa de nossas apresentações aconteceu um episódio em que um dos dançarinos deveria puxar a fila num certo momento em que a contagem da música mudava e este acabou se confundindo e adiantando a entrada de uma fila com mais ou menos 24 dançarinos, após aquele episódio este dançarino foi apelidado carinhosamente de "ancora", pois havia afundado a apresentação do grupo naquele dia.
Ao final deste ano viajei à Israel pela primeira vez com o Tapuz Shalom como madrich assistente.
A viagem a Israel fica para a próxima, mas posso dizer que foi um momento único, pois foi o primeiro encontro com a terra de onde tudo tomava um sentido.

domingo, 1 de fevereiro de 2009

DOIS GRANDES NOMES

Resgatando minha entrada na Lehakat Carmel, eu e Diego tivemos que aprender as coreografias do repertório e dentre elas Shibolet Basade (de Gavri Levi) e Hora Emek (de Yonathan Karmon).
Não posso imaginar Lehakat Carmel ou até a dança folclórica israelense sem essas duas grandes obras de arte, pois na vrdade é isso que são, duas peças raras e preciosas.
Digo isso porque em minha opinião são esses dois grandes coreógrafos israelenses que fizeram da dança folclórica aquilo que ela é.
Sempre disse aos meus dançarinos, colegas e a quem fervorosamente e passionalmente pudesse travar discussões e bate papos infindáveis.
Yonathan Karmon que foi um dos grandes precursores da dança israelense criou um folclore moderno e altamente técnico dando ferramentas e instrumentos para que outros coreógrafos bebessem de sua fonte e pudessem colocar sua criatividade e imaginacao em acao.
Gavri Levi que foi dançarino de Karmon criou um estilo próprio ao qual me apaixonei apesar de muitos acharem um folclore simplista para mim era um gênio nas combinações musicais e escolha de repertórios, além das construções coreográficas e movimentações espaciais que acabei utlizando em muitas de minhas coreografias como inspiracao e referencia.
Passadas quase 3 décadas continuam sendo em minha opiniao os grandes coreografos que deram ao nosso folclore as nuances que ainda hoje sao utilizadas.
É claro que existe hoje uma infinidade de coreógrafos em Israel que deram continuidade aquilo que estes dois artistas iniciaram, mas ao pensar neles e a imaginar suas coreografias em minha mente ainda sinto aquele arrepio e me emociono, pois suas danças falam com meu coração e resgatam a identidade judaica que tanto tentamos incutir e propagar através daquilo que fazemos.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

ARGENTINA - A MECA DA DÉCADA DE 80

Não lembro se foi neste ano, mas acho que sim, viajamos em um grupo de alguns coreógrafos para um curso de capacitação na Argentina.
Faziam parte deste grupo, Zé Benhaim, Aninha, Meyre Mizrahi, Gingi, Sidney Klajner, Dani Jasinowodolinski e eu. Lá na Argentina também foram para fazer este curso Ieda e Elana.
Na verdade o curso havia sido organizado pelo Horacio e alguns ficaram hospedados na sua casa e outros em outro lugar. O curso na verdade era uma maratona de encontros e visitas a coreógrafos e ensaios de lehakot, pois naquela época a Argentina era a Meca da dança folclórica israelense com suas super lehakot e coreógrafos além do efervescente clima de prosperidade que serviam de inspiração e combustível para todos nós.
Pudemos ter aulas com Horacio sobre interpretação para palco, encontros com Silvio Berflein que hoje vive em Miami e foi um dos grandes coreógrafos argentinos, conhecer na intimidade o trabalho destes grandes artistas e visitar o ensaio de lehakot como Darkeinu que era coreógrafo por Isy, Guilboa que já tinha uma grande tradição em dança e havia sido coreografado por Alex Kurland e estava sendo coreografado por Horacio, Admati cujo coreógrafo para mim era um dos mais criativos e tinha a energia argentina que tanto nos contaminava de uma maneira positiva que era Mario Goldberg que além de coreografar fazia as orquestações de suas coreografias e que sua irmã Gaby Goldberg as cantava com uma voz apaixonante.
Nunca me esqueco que o filme Chorus Line havia acabado de estrear e então Horácio nos levou para assistir alimentando mais ainda minha paixão pela dança e pelo teatro musical, paixão esta que já havia começado há alguns atrás quando virá pela primeira uma super produção chamada "Áí vem o dilúvio" (1981), mas a história da paixão por musicais fica para breve.
Aquela visita a Argentina foi uma experiência mágica, tocante e decisiva para mim, pois acabou influenciando minha maneira de pensar e me dando a certeza de que a dança folclórica israelense era minha grande paixão.
Pensando nessas pessoas que nos deixaram sinto um grande aperto no meu coração pois sei o quanto cada um deles dedicou-se para esta paixão o quanto cada um deles lutou para transpor diversas barreiras e é claro deixaram marcas profundas na história da dança israelense na América Latina.
Horácio além de tudo que já citei foi o criador de uma das melhores lehakot que já existiram, a Lehakat Zamir, de onde ganhei grandes amigos e porque não dizer irmãos que são Damian Zaga, Ariel Stolier e Diego Berman, que para homenagear o legado de seu grande mestre criaram a Fundação Horácio Hasper.
Isy foi uma das pessoas que com seu jeito desbocado e desprendido abriu a mente de muitos de nós mostrando que a dança não precisava ser algo quadrado para transmitir aquilo que sentiamos e sim que o céu era o limite, e que artista, chegou a ser coreógrafo das produções da Disney na América Latina além de um grande legado que nos deixou, sendo "Amud Haesh" uma de suas últimas criações especialmente feitas para a Lehakat Carmel. Simplesmente era um gênio e tinha personalidade de artista.
É difícil ver hoje a situação em que as danças na Argentina se encontram sem me lembrar do brilho destas pessoas que não estão mais lá e tornavam aquilo tão especial e único.

domingo, 25 de janeiro de 2009

1986 - PASSANDO PARA O CARMEL

1986 foi uma ano muito especial, pois logo no começo do ano acabei sendo convidado (passando) para a Lehakat Carmel, cujo o coreógrafo era o Josef Benhaim, ele havia assumido a lehakat desde que Guiora partira para Israel.
Não é preciso dizer a alegria, a honra, enfim a quantidade de sentimentos misturados dentro de mim por ter entrado no Carmel.
Ao mesmo tempo Tania me colocou juntamente com Diego Man, que também havia passado para o Carmel para sermos assistentes dela no Hakotzrim, ou seja, duas coisas boas aconteciam ao mesmo tempo.
Foi um ano intenso, pois tivemos a felicidade de trabalhar com Horacio Hasper que viera da Argentina para montar uma série de coreografias dentre as quais: Shirei Roim Ve Ohavim e Katzir com Hakotzrim, Marroquino com Carmel, Lakotzrim Eidad e Cacadores com Shalom e Rikud Saba Ve Savta com Chevrat Neurim, foram dias intensos pois imagine que uma pessoa estava ensinando todas as coreografias para diversos grupos.
A convivencia com Horacio foi maravilhosa pois ele era uma pessoa irreverente, engracadissima e acima de tudo um artista era incrivel ve-lo dancando, dirigindo e com um senso de humor a toda prova.
Neste ano nos apresentamos em Santos com as tres lehakot e Horacio foi conosco, lembro que ele dancou conosco Hora Emek.
Mas voltando minha estréia na Lehakat Carmel foi em Belo Horizonte onde viajamos com Shalom e Hakotzrim. Estava muito nervoso e ia estrear apresentando uma coreografia tecnicamente difícil "Eretz" de autoria de Guiora e Ana Livia Cordeiro. Uma das dançarinas que me ajudou bastante a me acalmar tinha sido a Iris Kantor que foi uma das grandes dançarinas que o Carmel teve, ela possuia um magnetismo no olhar que era praticamente impossível não ve-la dancando, ela tinha uma energia que hoje em dia poucos dançarinos tem e dentre as pessoas com quem convivi poderia citar uma meia dúzia com esse mesmo brilho e carisma.
Enfim foi um ano intenso no Hakotzrim fizemos uma coreografia para a lehakat chamada "Hora Hakotzrim" com Korim Lanu Lalechet, Iesh Prachim e Hora Neurim. Até que para nossa primeira coreografia em conjunto com Tania a coreografia ficou muito boa, para aquela época.
Lembro da minha emoção ao lado do palco assistindo a estréia no Festival Carmel, acho que com o passar dos anos a gente vai ficando mais exigente e menos sensível ao que cada coreografia representa.
Mas enfim foi um ano intenso só não consigo lembrar se neste ano se eu já tinha ido a Pousada do Rio Quente na Semana da Israel, mas acho que sobre a Pousada vale um tópico inteiro em breve, pois foram várias que viajei para lá e confesso que apesar das últimas vezes não suportar mais agora lembrando de alguns momentos sinto uma imensa saudades.
Agora preciso olhar em minhas coisas para ver ao certo quando foi que o Duda veio no ensaio do Carmel para montar Nofei Haaretz e Pesacadores, pois não sei ao certo se foi em 86 ou 87.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

ANEXO 1

Agora, parando um pouco a cronologia vou voltar um pouquinho, para algumas coisas que eu deixei passar.
Quando entre no Hakotzrim, uma das primeiras e mais importantes coisas que o Guiora havia me dito, era que queria que frequentasse as harkadot, que naquela época eram às quintas-feiras, sendo chug desde a idade infantil na parte da tarde até harkadá para adiantados ao final da noite.
A quantidade de chuguim não era tão grande quanto a que existe hoje, mas o fato de ser algo inédito e novo atraia muitas pessoas de todas as idades e a energia e carisma que o querido Guiora possuia, atraia muitas pessoas, mesmo que fosse somente para assistir as harkadot.
Como coreógrafo o Guiora tinha uma coisa que era muito engraçada, ele beliscava algumas pessoas para chamar a atenção, eu fui beliscado algumas vezes, mas ao mesmo tempo era exigente e com sua idade de 50 e poucos anos continuava tendo a classe de um bailarino que foi um dos melhores dançarinos da Lehakat Karmon em Israel.
Uma das coreografias que ele montou e que marcaram a história das danças, tanto na Hebraica como no Brasil e América Latina foi "Hora Emek", uma coreografia de Yonathan Karmon que homenageava o Emek Yzreel, originalmente chamada "Lavriada" pois a música havia sido criada por um músico cujo sobrenome era Lavri.
Mesmo depois de ter voltado para Israel, para o Kibutz Merchavia onde vivia, Guiora sempre continuou ligado as danças, organizando viagens de lehakot do Brasil e América Latina à Israel, e se envolvendo nos primeiros Festivais de Karmiel juntamente com umas dezenas de coreógrafos e markidim que eram os icones da dança israelense.
Guiora foi o precursor do movimento de dança no Brasil, mas não posso deixar de citar que antes dele algumas pessoas também contribuiram para o início da história da dança no Brasil.
Uma das pessoas que sempre esteve ao lado de Guiora e até hoje é uma grande entusiasta e com certeza tem mais recordações daquela época e a Rosita Klar.

ENTRANDO NO MUNDO DA DANÇA - PARTE 2

Uma coisa engraçada que eu esqueci de mencionar foi que na viagem para Argentina a Lehakat Shalom iria apresentar a coreografia 1920 e acabaram esquecendo os trajes em São Paulo, então tiveram que usar os trajes emprestados de uma lehaká de lá.
Voltando ao Brasil, fomos ao Festival Hava Netze Bemachol, no Rio de Janeiro, eu fui dançando por duas lehakot, Chevrat Neurim e Hakotzrim.
A Lehakat Kadima estreou uma coreografia de Ieda, "Paamonei Aviv" com um dos trajes mais lindos de hora que eu vi até hoje, nas cores rosa e verde.
Além disso é importante frisar que naquela época participavam lehakot de todo o Brasil no festival e numa quantidade enorme de lehakot e dançarinos.
Ao mesmo tempo foi neste ano que comecei a envolver-me com Festival Carmel, trabalhando voluntariamente ajudando naquilo que era necessário.
No Carmel participaram várias lehakot da Argentina, dentre as quais, Iachad (Do Takam) que era coreografada por Horácio que viria no ano seguinte montar algumas coreografias suas com as lehakot da Hebraica.
Uma das coisas que lembrei foi que participavamos anualmente de uma Feira das Nações que era realizada no prédio da Bienal e neste ano no dia em que nos apresentavamos havia falecido Tancredo Neves.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

ENTRANDO NO MUNDO DA DANÇA

Em 1985 resolvi que queria dançar em uma lehaká e entrei no Hakotzrim, pois como já tinha 17 anos era a lehaká que eu poderia dançar. Não cheguei a comentar, mas comecei a dançar somente aos 16 anos de idade.
O coreógrafo da lehaká naquela época, era o nosso querido Guiora Kadmon (Z´L), que além de ser o coordenador de danças, havia sido o responsável por trazer os rikudei-am de forma efetiva para o Brasil e América Latina, além de ter sido um dos criadores do Festival Carmel e do Festival Dália na Argentina.
Assim que entrei na lehaká já fui entrando nas coreografias, pois como sempre, os banim são sempre em menor número e acabam tendo mais chances.
O repertório do grupo não era tão grande e tive que aprender uma dança chassídica chamada Shabat do Gavri Levi, que há dois anos antes, havia ganhado o primeiro lugar no Festival Hava Netze Bemachol do Rio de Janeiro e Hora Aviv que era uma machrozet (poutpourri de músicas) que falavam de primavera.
Minha primeira apresentação foi no Colégio Batista, onde apresentamos Shabat.
Foi um ano conturbado, pois Guiora já estava há muitos anos no Brasil e no meio do segundo semestre teve que voltar à Israel por problemas pessoais.
Naquele ano viajei ao Rio onde foi organizado um seminário de danças sob a coordenação de Ieda Bogdanski, que acabará de voltar de Israel e assumirá a Lehakat Kadima de Porto Alegre e de Roberto Cohen, coreógrafo da Lehakat Hagalil. Foi meu primeiro seminário e lotamos um ônibus somente com dançarinos de São Paulo. Aprendemos diversas danças com Ieda e com algumas dançarinas do Kadima que foram para ajudá-la. Tivemos um workshop de criação e produção de trajes, que acabou sendo de grande utilidade no meu futuro profissional. Algumas pessoas que estavam comigo e que me lembro até hoje são a Adriana Gordon e a Yoya (Claudia Skitnevsky).
Voltando ao Hakotzrim como eu havia dito o Guiora teve que partir e tinhamos uma viagem marcada para a Argentina onde participaríamos do Festival Dália no Hacoaj, juntamente com a Lehakat Shalom e Carmel. Guiora havia deixado uma coreografia pronta que era inspirada num solo que havia sido dançado por Ana Livia Cordeiro (que também havia trabalhado com o Hakotzrim alguns anos antes) com a música Shdemati, que retratava o trabalho árduo no campo e como segunda parte uma Debka com a música Shir Amelim.
Foi contratada uma coreógrafa, que foi uma das minhas maiores incentivadoras e mestras, minha querida amiga Tania Fisberg, hoje Tania Cannon. Ela assumiu o Hakotzrim e também a coordenação de danças, dando uma nova guinada na lehaká, incutindo um trabalho de qualidade e uma disciplina necessária para a concretização dos projetos da lehaká.
Fomos para a Argentina e participei do meu primeiro Festival Dália e digo que foi uma das coisas mais inesquecíveis e lindas da minha vida.
Além das três lehakot Shalom, Hakotzrim e Carmel também participavam do festival, Kadima e Hagalil. As cinco lehakot ficaram alojadas na mesma quadra dentro do Hacoaj Tigre, um clube de campo na Argentina. Imaginem cinco lehakot dormindo juntas numa quadra sem divisórias e no mesmo local, jogando bola e com algumas brincadeiras no mesmo espaço, foi muito divertido.
Naquele festival, conheci alguns dos maiores idolos da dança folclórica israelense dentro e fora do palco. Conheci nosso saudoso e amado Horacio Hasper (Z´L) que apesar do seu grande tamanho, dançava como uma pluma, era impressionante ve-lo dançar.
Neste ano o festival fez um show especial na segunda-feira, com as melhores lehakot de lá e outras convidadas, num local chamado Obras Sanitárias, que seria como um ginásio do Ibirapuera ou hoje em dia um Credicard Hall. Neste show vimos a estréia da coreografia "Tzena" do irreverente Isy Mandelbaum (Z´L) que havia assumido a Lehakat Darkeinu, "Hora Adamá" da Lehakat Adamá de Danny Chaves, "Hora Chalutzim" da Lehakat Ashlaiá de Ari Melnik (filho de Carolle Yafa (Z´L) , precursora da dança israelense na Argentina juntamente com Guiora). Foi a primeira vez que vimos o famoso solo do iemenita, chassídico e dançarino de hora e a estréia do "Rikud Avodá" da Lehakat Carmel, dança sem música, feita por Guiora.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

O PRIMEIRO FESTIVAL CARMEL A GENTE NUNCA ESQUECE - PARTE 2

É incrível como a cabeça da gente acaba lembrando de coisas aos poucos, então depois de escrever sobre o meu primeiro Festival Carmel acabei me lembrando mais algumas coisas.
Naquela época existia uma lehaká chamada Hamacabim que era do Círculo Macabi que havia tido um grande destaque naquele ano com uma machrozet (poutpourri) de horot cujo coreógrafo era o Samy Schinazi que também era coreógrafo de uma das lehakot da Chazit Hanoar que havia apresentando uma coreografia muito irreverente e original que era um dia na tnuá.
A Chazit naquele ano teve um grande destaque com uma outra coreografia que narrava a história da Branca de Neve com direito a anões, bruxas, bicicleta e casamento.
Enfim aos poucos as memórias vão surgindo e a gente vai colocando no papel, ou melhor, no blog e compartilhando com vocês.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O PRIMEIRO FESTIVAL CARMEL A GENTE NUNCA ESQUECE!

Entusiasmados com a dança folclórica israelense e porque grande parte de nossos madrichim no Chevrat Neurim também eram dançarinos, passamos a ter em parte de nossas atividades a dança em machanot, atividades aos sábados e em eventos.
No segundo semestre de 84 a tnuá resolveu criar uma lehaká para participar do IV Festival Carmel. Para mim o festival ainda não representava muita coisa, pois afinal eu nunca havia participado de um.
Nosso coreógrafo era o Josef Benhaim que já havia sido coreógrafo do Dror, Hakotzrim e era um dos melhores dançarinos do Carmel.
A lehakat Chevrat Neurim tinha aproximadamente 40 dançarinos em sua maioria dançarinos de primeira viagem com alguns dançarinos veteranos de lehakot da Hebraica, em especial do Shalom.
Nossos ensaios eram aos domingos de manhã e o Zé conseguiu em alguns meses nos preparar para participar do Festival.
Lembro que meu primeiro contato com o Festival Carmel foi muito marcante, pois como até hoje acontece, o festival representa a junção de todos aqueles que amam a dança e tudo que ela representa.
Ver lehakot vindas da Argentina, como Guilboa, Darkeinu, Adamá e o extinto Admati, que foi na época uma das lehakot que me marcou profundamente pela energia e irreverência, além da tradicional lehakat Kineret que simbolizava aquilo que havia de melhor em dança folclórica israelense no Brasil, era algo indescritível.
Naquele ano, tanto Kineret como Admati apresentaram duas versões diferentes da coreografia "Noofei Haaretz", com a mesma música, mas com orquestrações e estilos totalmente diferentes, mas muito marcantes.
O Kadima de Porto Alegre estreando "Shirei Roim Veohavim" com música da Ofra Haza e uma coreografia que faria muito sucesso e perduraria por diversos anos no repertório da lehaká.
Era um mundo mágico, como acredito que para os dançarinos de hoje em dia tambem seja.
O primeiro Festival Carmel a gente nunca esquece e quando lembro daquela época consigo lembrar da Lehakat Shalom estreando Dorot uma das coreografias chassídicas mais lindas e diferentes feita pelo Gingi que marcaria aquele ano e seria o destaque das lehakot da Hebraica.
Todas as apresentações eram feitas num único palco, construido no Centro Cívico mas do lado oposto ao que é construido hoje em dia, onde fica a platéia.
Após aquele festival decidi que queria dançar numa lehaká e participar mais intensamente do movimento de danças, mas em momento algum imaginei que as duas décadas e meia seguintes de minha vida, seriam quase que totalmente dentro deste mundo.

PRIMEIRO CONTATO

Eu comecei a dançar por acaso, pois participava o movimento juvenil da Hebraica (Chevrat Neurim) e naquele ano, 1984 aconteceria uma comemoração de Iom Haatzmaut no Centro Cívico, com a participação de lehakot de escolas, movimentos juvenis, clubes, enfim de toda a comunidade, onde cada um participava apresentando um ou mais números dentro do espetáculo.Vale lembrar que naquela época, as lehakot de tnuot eram numerosas e tinham um nível de coreografias e coreografos muito bom, inclusive sendo um lugar de onde saiam os melhores dançarinos e coreógrafos.Enfim, acabei participando de um quadro de Jerusalém onde tinhamos que segurar um cenário alusivo ao Kotel e como o número final era o nosso famoso e naquela época inedito "Chai" nos também nos envolvemos aprendendo e dançando esta coreografia para que o chão da quadra ficasse repleto.Confesso que eu nunca imaginei que minha vida fosse tomar o rumo que tomou daquele momento em diante.O mais impressionante é lembrar hoje daqueles tempos e ver a quantidade enorme de dançarinos que participavam daqueles eventos, as danças eram apresentadas para os dois lados da plateía e contava com a participação inclusive de uma das melhores lehakot da história da dança folclórica israelense que foi a Lehakat Kineret de Curitiba que era coreografada pelo nosso querido Duda Bergman, mas com certeza em breve também irei contar um pouco daqueles que contribuiram e me enriqueceram como pessoa e profissional.Concluindo o Iom Haatzmaut de 84 passou e o amor pela dança foi crescendo em proporções inimagináveis dentro de mim.Bom acho que por hoje é só.

domingo, 18 de janeiro de 2009

INICIANDO

Bom pessoal, a partir de hoje passo a compartilhar com aqueles que quiserem um pouco da minha história na dança folclórica israelense, pois acredito que tendo vivido mais de 25 anos neste meio pude contribuir de alguma forma para o desenvolvimento deste lindo movimento que é a dança.
Vou tentar escrever com regularidade e peço aos meus amigos, colegas e conhecidos que puderam viver alguns destes momentos ao meu lado que me complementem ou contribuam com seus depoimentos.
Tenho um monte de ideias que aqueles que forem acompanhando este blog irão descobrir e espero que divertir-se e vivenciar momentos únicos.
Assim quem sabe conseguimos juntos resgatar grande parte da história da dança folclórica israelense em São Paulo, no Brasil e na América Latina.
Nos encontraremos em breve.
Beijos a todos