Não lembro se foi neste ano, mas acho que sim, viajamos em um grupo de alguns coreógrafos para um curso de capacitação na Argentina.
Faziam parte deste grupo, Zé Benhaim, Aninha, Meyre Mizrahi, Gingi, Sidney Klajner, Dani Jasinowodolinski e eu. Lá na Argentina também foram para fazer este curso Ieda e Elana.
Na verdade o curso havia sido organizado pelo Horacio e alguns ficaram hospedados na sua casa e outros em outro lugar. O curso na verdade era uma maratona de encontros e visitas a coreógrafos e ensaios de lehakot, pois naquela época a Argentina era a Meca da dança folclórica israelense com suas super lehakot e coreógrafos além do efervescente clima de prosperidade que serviam de inspiração e combustível para todos nós.
Pudemos ter aulas com Horacio sobre interpretação para palco, encontros com Silvio Berflein que hoje vive em Miami e foi um dos grandes coreógrafos argentinos, conhecer na intimidade o trabalho destes grandes artistas e visitar o ensaio de lehakot como Darkeinu que era coreógrafo por Isy, Guilboa que já tinha uma grande tradição em dança e havia sido coreografado por Alex Kurland e estava sendo coreografado por Horacio, Admati cujo coreógrafo para mim era um dos mais criativos e tinha a energia argentina que tanto nos contaminava de uma maneira positiva que era Mario Goldberg que além de coreografar fazia as orquestações de suas coreografias e que sua irmã Gaby Goldberg as cantava com uma voz apaixonante.
Nunca me esqueco que o filme Chorus Line havia acabado de estrear e então Horácio nos levou para assistir alimentando mais ainda minha paixão pela dança e pelo teatro musical, paixão esta que já havia começado há alguns atrás quando virá pela primeira uma super produção chamada "Áí vem o dilúvio" (1981), mas a história da paixão por musicais fica para breve.
Aquela visita a Argentina foi uma experiência mágica, tocante e decisiva para mim, pois acabou influenciando minha maneira de pensar e me dando a certeza de que a dança folclórica israelense era minha grande paixão.
Pensando nessas pessoas que nos deixaram sinto um grande aperto no meu coração pois sei o quanto cada um deles dedicou-se para esta paixão o quanto cada um deles lutou para transpor diversas barreiras e é claro deixaram marcas profundas na história da dança israelense na América Latina.
Horácio além de tudo que já citei foi o criador de uma das melhores lehakot que já existiram, a Lehakat Zamir, de onde ganhei grandes amigos e porque não dizer irmãos que são Damian Zaga, Ariel Stolier e Diego Berman, que para homenagear o legado de seu grande mestre criaram a Fundação Horácio Hasper.
Isy foi uma das pessoas que com seu jeito desbocado e desprendido abriu a mente de muitos de nós mostrando que a dança não precisava ser algo quadrado para transmitir aquilo que sentiamos e sim que o céu era o limite, e que artista, chegou a ser coreógrafo das produções da Disney na América Latina além de um grande legado que nos deixou, sendo "Amud Haesh" uma de suas últimas criações especialmente feitas para a Lehakat Carmel. Simplesmente era um gênio e tinha personalidade de artista.
É difícil ver hoje a situação em que as danças na Argentina se encontram sem me lembrar do brilho destas pessoas que não estão mais lá e tornavam aquilo tão especial e único.
terça-feira, 27 de janeiro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário